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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O Papel do Professor em Contextos de Ensino On-line

Senac São Paulo oferece Oficina de Tutores

...Que o setor de Educação a Distância cresce a cada dia, oferecendo mais flexibilidade aos alunos, todo mundo já sabe. Mas, os profissionais do setor precisam prestar atenção no imenso mercado de trabalho que se abre a partir desses cursos. Atualmente, um professor de qualquer nível deve estar preparado para, a qualquer momento, ser colocado à frente de uma sala de aula virtual.

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...o curso vai explorar casos reais e situações simuladas, sempre com o objetivo de ajudar os professores a enfrentar situações diversas. Também serão aplicadas várias atividades dinâmicas, que contribuirão para a participação ativa dos alunos nas discussões em grupo.

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Durante o curso, os professores poderão compreender que o papel fundamental do tutor é garantir a interação dos alunos, com o tutor e com o material. Também é necessário analisar situações conflitantes em espaços de comunicação; entender o funcionamento e as possibilidades do trabalho colaborativo em cursos a distância; verificar como uma adequada administração de tempo permite a realização de todas as atividades com qualidade.

Selecionei os parágrafos acima, de artigo do site da ABED sobre curso de tutores que ocorreu em maio no Senac-SP  e  que demonstra que  papel do tutor é amplo, multidisciplinar e exige que o mesmo tenha conhecimentos abrangentes de outras ciências humanas, como por exemplo: Administração, Psicologia, Sociologia e Comunicação entre outras e  adaptadas ao mundo online.

Achei interessante o curso abordar também o tema "situações conflitantes em espaços de comunicação", pois no meu entendimento, no ensino a distância papel do tutor é mais árduo do que o do professor de sala de aula presencial, que tem por trás de si toda uma estrutura de apoio com supervisores, inspetores, diretores. Em caso de insubordinação de um aluno, ou práticas impróprias em sala de aula, pode o professor encaminhar o aluno a outro setor da instituição para  que solucione o "problema".

Na comunidade virtual, outra estrutura de apoio ao professor se apresenta e quando acontecem conflitos virtuais, ataques a outros participantes ou mesmo críticas agressivas ao próprio Tutor é ele que tem que usar de todo o seu conhecimento e técnicas de mediação para a solução do conflito. Tivemos um exemplo citado por uma de nossas tutoras, que após usar de toda sua capacidade de mediação, teve que solicitar exclusão de um aluno da comunidade virtual e consequente desligamento do curso, devido a  suas práticas agressivas,colocações inadequadas e total desrespeito com os demais colegas.

Cabe ao tutor estar sempre atento e mediando o tempo todo, lendo as entrelinhas das mensagens postadas e   direcionando para o foco desejado as colocações que venham a gerar conflitos momentaneamente ou num futuro virtual brevíssimo. Isso não é tarefa fácil.

Selecionei abaixo um trecho do artigo de Lina Morgado, que demonstra bem a vasta gama de conhecimentos que o tutor deve ter. Daí a importância, do mesmo, estar em constante atualização de saber  e conhecer os novos  softwares voltados para a área virtual, que chegam constantemente ao mercado. Neste caso o tutor tem que ter sempre a atitude de pesquisador.

"Uma análise interessante do papel do professor nos contextos online é a apresentada por Salmon (2000). Baseando-se no estudo das interacções entre estudantes e professores ao longo de 2 anos, esta autora concluiu que a função do professor se vai alterando à medida que o curso prossegue, distinguindo 5 estádios ou níveis. Com base nesta investigação, elaborou um modelo com o qual consideramos ser possível construir um instrumento de apoio à concepção e planificação dos cursos, bem como um instrumento de apoio à formação de professores de cursos online.

1 - Acesso e Motivação: ensino sobre a utilização do sistema/plataforma e construção da confiança do utilizador, encorajando-o a participar regularmente. É neste estádio que se dão as boas vindas aos participantes e o professor oferece o seu apoio, terminando quando os  participantes colocam a sua primeira mensagem.

2 - Socialização: desenvolvimento da coesão e cultura do grupo e de modos sistemáticos de trabalhar online. A empatia desenvolvida neste estádio funciona como um pré-requisito para o curso e para discussões relacionadas com o conhecimento interpessoal. Este estádio está terminado quando os participantes começam a partilhar um pouco de si próprios.

3 - Partilha de Informação: encorajar todos os participantes a contribuir para a discussão dos conteúdos que foram disponibilizados - os materiais. Dado que é neste estádio que os estudantes se confrontam com a informação, o professor deve estar “sensível” para apoiar e orientar os estudantes na sua gestão e avaliar se as estratégias que utilizam para lidar com o volume de informação são as mais adequadas. É também nesta fase que há mais pedidos de
ajuda ao professor e uma maior necessidade de encorajamento e orientação.

4 - Construção do conhecimento: encorajar a interação , fazer ligações com a aprendizagem em curso, gerir conflitos e dar feedback, reduzir a sua intervenção enquanto professor para permitir a interacção dos estudantes com os seus pares, criando condições para a construção do conhecimento.

5 - Desenvolvimento: neste estádio os estudantes são responsáveis pela sua própria aprendizagem através das oportunidades criadas, necessitando de pouco apoio para além do já disponibilizado. Para a autora é aqui que melhor se expressa o paradigma construtivista da aprendizagem."



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