“...a necessidade de se implantar a educação à distância
nos países em desenvolvimento são óbvias devido
à extensão regional, crescimento populacional
e insuficiência de professores qualificados.”
O espírito da globalização sempre existiu.
Quando tribos pré-históricas conquistavam novos territórios, seus
conhecimentos, hábitos e culturas mesclavam-se às novas sociedades
conquistadas, criando novos povos com comportamentos homogêneos e
globalizados. Reinos no passado foram extremamente globalizantes, como
exemplo temos o reino de Alexandre, o Grande, que dominou a quase
totalidade das terras conhecidas de sua época. Sua visão de conquistador
era a de levar conhecimento, desenvolvimento e melhoria para os reinos
conquistados, respeitando os costumes locais.
Globalização
não é novidade, a questão é saber a forma de aproveitar esse movimento
nos dias de hoje para vermos reduzidos a miséria, a fome e o
analfabetismo a níves toleráveis em escala mundial. Organizações como a
ONU, OEA, UNICEF, após o fim da guerra fria e o desmembramento da União
Soviética, passaram a se preocupar mais com os países emergentes e
subdesenvolvidos, tentando conscientizá-los da necessidade de políticas
sustentáveis de saúde, educação, trabalho e meio ambiente, entre outras,
através do programa das Metas do Milênio. Alcançando-as, os países se
colocam em melhor condição global, deixando de lado a assistência
paternalista do mundo desenvolvido, livrando-se assim desta submissão.
A globalização atual é
a evolução do movimento das multinacionais - empresas estrangeiras que
mantinham suas filiais em países com mão-de-obra barata e governos
isentando impostos e criavam benesses para que ali se instalassem. O que
mudou de lá para cá? As multinacionais perceberam que têm mais força que
o próprio Estado, que suas marcas tem mais penetração do que qualquer
ideologia. Já não precisam carregar a bandeira de nenhum país. Com o
advento da internet essas empresas passaram a fazer e-commerce, a aldeia
global é pura realidade. Hoje em dia, para reconhecida, a marca
precisa ser ecologicamente correta e participar de projetos de combate à
miséria e à fome, promover o bem estar da coletividade com programas
sociais. É importante incentivar o treinamento de seus funcionários em
todos os níveis, funcionários interagem via Intranet com suas
congêneres em diversos países, fazem conferências e treinamentos a
distância. Para tal, chegam novas tecnologias e novas formas de se fazer
educação. As empresas fornecedoras de software colocaram no mercado
diversos programas de treinamento para os mais variados assuntos. As
Universidades brasileiras apoiadas em experiência das de outros países,
que já utilizavam o ensino a distância com sucesso, começaram a
introduzir essa prática no Brasil, apoiadas por regulamentação
governamental. O atual governo, cujo presidente fez palestra mundo afora
conclamando os países mais ricos a dar suporte efetivo aos países mais
pobres, criou programas de inclusão digital, colocou crédito barato para
compra de equipamentos para pessoas de baixa renda. Ongs, igrejas e
empresas com visão social (que é a bandeira das empresas que se dizem
globalizadas) começaram a atuar em comunidades carentes, montando salas
de informática com equipamentos doados por empresas. A cultura da
informática hoje é uma realidade para a educação a distância, via
internet, é um caminho sem volta. O que deve sempre ser observado é a
qualidade e a metodologia utilizadas para que essa ferramenta atinja o
objetivo desejado: formação com qualidade.
Por muito tempo a EAD foi
considerada uma forma de menor importância de modalidade de educação,
destinada a ensinos profissionalizantes para indivíduos que não tinham
condições de pagar por um curso regular ou que haviam fracassado no
sistema de educação regular (Litwin, 2005: 117).
Sua
credibilidade também foi muito questionada no que diz respeito às
avaliações, uma vez que o aluno prestava seus exames em casa e depois os
enviava pelo correio, fato que não impedia a fraude.
O
momento atual do conhecimento em que vivemos é bastante particular.
Nunca antes a sociedade humana havia presenciado tamanhas transformações
quanto à informação e ao conhecimento. Esses fatos criam uma demanda
por um constante aprendizado por parte de todo tipo de profissional, da
mesma forma que determinam as ações das empresas em busca da oferta de
conhecimento e treinamento a seus funcionários. E esse é o cenário em
que a EAD ganha cada vez mais força.
Atualmente existem três programas específicos:
Proformação
- Programa de Formação de Professores em Exercício, iniciado em 2000.
Oferece 3.200 horas de curso, distribuidas em aulas presenciais,
atividades de estudo individuais e atividades coletivas presenciais
orientadas por tutores a cada duas semanas (aos sábados).
ProInfo -
instituído em 1997, conta com 2.700 escolas do país, onde estão
instalados cerca de 30 mil microcomputadores. O uso pedagógico desses
equipamentos é assegurado por meio da capacitação de professores das
escolas beneficiadas e dos multiplicadores dos Núcleos de Tecnologia
Educacional (NTE).
TV Escola
- entrou na reforma do Ensino Médio. Utilizado na capacitação e
atualização do professor, o programa é um dos instrumentos utilizados
pelo MEC na implementação da reforma nas escolas.
Cabe
lembrar que novas formas de aprendizagem estão possibilitando a
integração do indivíduo com as novas tecnologias da informação. Se
tradicionalmente o ensino é efetuado por instituições escolares
promotoras de ensino fundamental, médio e superior, tidas como
principais responsáveis pela formação e capacitação do indivíduo,
observa-se o surgimento de novos parceiros, de origem transnacional,
onde as empresas de tecnologia da informação, tais como Microsoft,
Cisco, SUN, 3M, entre outras, oferecem possibilidades de treinamento e
capacitação (Adelman, 2000).
Evolução Cronológica da Educação a distancia no mundo.
1829 - Suécia - Instituto Líber Hermondes (150.000 usuários)
1840 - Reino Unido - Faculdade Sir Isaac Pitman - Primeira escola por correspondência na Europa
1892 - EUA -
Universidade de Chicago - Divisão de Ensino por Correspondência para
preparação de docentes no Departamento de Extensão
1922 - União Soviética - ensino por correspondência (350.000 usuários)
1948 - Noruega - primeira legislação para escolas por correspondência
1969 - Reino Unido - fundação da Universidade Aberta (200.000 alunos)
1977 - Venezuela - fundação da Universidade Nacional Aberta
1978 - Costa Rica - Universidade Estadual a Distância
1984 - Holanda - implantação da Universidade Aberta
1985 - Fundação da Associação Européia das Escolas por Correspondência (AEEC)
1985 - India - implantação da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi (242.000 alunos)
1987 - Resolução do Parlamento Europeu sobre Universidades Abertas na Comunidade Européia
1987 - Fundação da Associação Européia de Universidades de Ensino à Distância
1988 - Portugal - fundação da Universidade Aberta
1990 - Implantação da rede Européia de Educação a Distância, baseada na declaração de Budapeste
1991 - Relatório da Comissão sobre Educação Aberta e a Distância na Comunidade Européia [Corrêa, 2005: 17-19]
Embora a educação a distância tenha surgido no final da década de 20 do século XIX, no Brasil, o avanço é muito lento.
Os primeiros registros de EAD no Brasil iniciaram oficialmente em 1923, como vemos a seguir:
1923/1925 - Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
1923 - Fundação Roquete Pinto - Radiodifusão
1939 - Marinha e Exército - cursos por correspondência
1941 - Instituto Universal Brasileiro - cursos por correspondência, formação profissional básica
1970 - Projeto Minerva - cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional
1974 - TVE do Ceará - cursos de quinta a oitava série, com material televisivo, impresso e monitores
1976
- SENAC - Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de material
instrucional (em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos)
1979
- Colégio Anglo-Americano (RJ) - atua em 28 países, com cursos de
correspondência para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e
2º graus
1979 - UnB - cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança o BrasilEAD
1991 - Fundação Roquete Pinto - programa Um salto para o Futuro, para a formação continuada de professores do ensino fundamental
1995
- Secretaria Municipal de Educação - MultiRio (RJ) - cursos de quinta a
oitava série, através de programas televisivos e material impresso
1995 - Programa TV Escola - SEED/MEC
2000
- UNIREDE - Rede de Educação Superior a Distância - consórcio que reúne
68 instituições públicas do Brasil [Corrêa;2005: 21 e 22]
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