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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Educação a Distância e Globalização

“...a necessidade de se implantar a educação à distância
nos países em desenvolvimento são óbvias devido
à extensão regional, crescimento populacional
e insuficiência de professores qualificados.” 



O espírito da globalização sempre existiu. Quando tribos pré-históricas conquistavam novos territórios, seus conhecimentos, hábitos e culturas mesclavam-se às novas sociedades conquistadas,  criando novos povos com comportamentos homogêneos e globalizados. Reinos no passado foram extremamente globalizantes,  como exemplo temos o reino de Alexandre, o Grande, que dominou a quase totalidade das terras conhecidas de sua época. Sua visão de conquistador era a de levar conhecimento, desenvolvimento e melhoria para os reinos conquistados, respeitando os costumes locais. 
Globalização não é novidade, a questão é saber a forma de aproveitar esse movimento nos dias de hoje para vermos reduzidos a miséria, a fome e o analfabetismo a níves toleráveis em escala mundial. Organizações como a ONU, OEA, UNICEF, após o fim da guerra fria e o desmembramento da União Soviética, passaram a se preocupar mais com os países emergentes e subdesenvolvidos, tentando conscientizá-los da necessidade de políticas sustentáveis de saúde, educação, trabalho e meio ambiente, entre outras, através do programa das Metas do Milênio.  Alcançando-as, os países se colocam em melhor condição global, deixando de lado a assistência paternalista do  mundo desenvolvido, livrando-se assim desta submissão.

A globalização atual é a evolução do movimento das multinacionais  - empresas estrangeiras que mantinham suas filiais em países com mão-de-obra barata e governos isentando impostos e criavam benesses para que ali se instalassem. O que mudou de lá para cá? As multinacionais perceberam que têm mais força que o próprio Estado, que suas marcas tem mais penetração do que qualquer ideologia. Já não precisam carregar a bandeira de nenhum país. Com o advento da internet essas empresas passaram a fazer e-commerce, a aldeia global é pura realidade.  Hoje em dia, para reconhecida, a marca precisa ser ecologicamente correta e participar de projetos de combate à miséria e à fome, promover o bem estar da coletividade com programas sociais. É importante incentivar o treinamento de seus funcionários em todos os níveis, funcionários  interagem via Intranet com suas congêneres em diversos países, fazem conferências e treinamentos a distância. Para tal, chegam novas tecnologias e novas formas de se fazer educação. As empresas fornecedoras de software colocaram no mercado diversos programas de treinamento para os mais variados assuntos. As Universidades brasileiras apoiadas em experiência das de outros países, que já utilizavam o ensino a distância com sucesso, começaram a introduzir essa prática no Brasil, apoiadas por regulamentação governamental. O atual governo, cujo presidente fez palestra mundo afora conclamando os países mais ricos a dar suporte efetivo aos países mais pobres, criou programas de inclusão digital, colocou crédito barato para compra de equipamentos para pessoas de baixa renda. Ongs, igrejas e empresas com visão social (que é a bandeira das empresas que se dizem globalizadas) começaram a atuar em comunidades carentes, montando salas de informática com equipamentos doados por empresas. A cultura da informática hoje é uma realidade para a  educação a distância, via internet, é um caminho sem volta. O que deve sempre ser observado é a qualidade e a metodologia utilizadas para que essa ferramenta atinja o objetivo desejado: formação com qualidade.

Por muito tempo a EAD  foi considerada uma forma  de menor importância de modalidade de educação, destinada a ensinos profissionalizantes para indivíduos que não tinham condições de pagar por um curso regular ou que haviam fracassado no sistema de educação regular (Litwin, 2005: 117).
Sua credibilidade também foi muito questionada no que diz respeito às avaliações, uma vez que o aluno prestava seus exames em casa e depois os enviava pelo correio, fato que não impedia a fraude.
O momento atual do conhecimento em que vivemos é bastante particular. Nunca antes a sociedade humana havia presenciado tamanhas transformações quanto à informação e ao conhecimento. Esses fatos criam uma demanda por um constante aprendizado por parte de todo tipo de profissional, da mesma forma que determinam as ações das empresas em busca da oferta de conhecimento e treinamento a seus funcionários. E esse é o cenário em que a EAD ganha cada vez mais força.
Em outras palavras, independentemente da mídia ser utilizada na educação tradicional, ou a distância, ou ainda complementar (educação continuada) necessita-se preparar as audiências, observar os conteúdos e principalmente trabalhar na absorção dos conhecimentos transmitidos. É fundamental que cada indivíduo seja beneficiado pela qualidade e que possa utilizar seus descobrimentos de forma objetiva na sociedade.
A Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação representa a posição do governo de investir na educação a distância e nas novas tecnologias como uma das estratégias para democratizar e elevar o padrão de qualidade da educação brasileira.

Atualmente existem três programas específicos: 
Proformação - Programa de Formação de Professores em Exercício, iniciado em 2000. Oferece 3.200 horas de curso, distribuidas em aulas presenciais, atividades de estudo individuais e atividades coletivas presenciais orientadas por tutores a cada duas semanas (aos sábados).
ProInfo - instituído em 1997, conta com 2.700 escolas do país, onde estão instalados cerca de 30 mil microcomputadores. O uso pedagógico desses equipamentos é assegurado por meio da capacitação de professores das escolas beneficiadas e dos multiplicadores dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE).
TV Escola - entrou na reforma do Ensino Médio. Utilizado na capacitação e atualização do professor, o programa é um dos instrumentos utilizados pelo MEC na implementação da reforma nas escolas.



Cabe lembrar que novas formas de aprendizagem estão possibilitando a integração do indivíduo com as novas tecnologias da informação. Se tradicionalmente o ensino é efetuado por instituições escolares promotoras de ensino fundamental, médio e superior, tidas como principais responsáveis pela formação e capacitação do indivíduo, observa-se o surgimento de novos parceiros, de origem transnacional, onde as empresas de tecnologia da informação, tais como Microsoft, Cisco, SUN, 3M, entre outras, oferecem possibilidades de treinamento e capacitação (Adelman, 2000). 

Evolução Cronológica da Educação a distancia no mundo.



1829 - Suécia - Instituto Líber Hermondes (150.000 usuários)
1840 - Reino Unido - Faculdade Sir Isaac Pitman - Primeira escola por correspondência na Europa
1892 - EUA - Universidade de Chicago - Divisão de Ensino por Correspondência para preparação de docentes no Departamento de Extensão
1922 - União Soviética - ensino por correspondência (350.000 usuários)
1948 - Noruega - primeira legislação para escolas por correspondência
1969 - Reino Unido - fundação da Universidade Aberta (200.000 alunos)
1977 - Venezuela - fundação da Universidade Nacional Aberta
1978 - Costa Rica - Universidade Estadual a Distância
1984 - Holanda - implantação da Universidade Aberta
1985 - Fundação da Associação Européia das Escolas por Correspondência (AEEC)
1985 - India - implantação da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi (242.000 alunos)
1987 - Resolução do Parlamento Europeu sobre Universidades Abertas na Comunidade Européia
1987 - Fundação da Associação Européia de Universidades de Ensino à Distância
1988 - Portugal - fundação da Universidade Aberta
1990 - Implantação da rede Européia de Educação a Distância, baseada na declaração de Budapeste
1991 - Relatório da Comissão sobre Educação Aberta e a Distância na Comunidade Européia [Corrêa, 2005: 17-19]
Embora a educação a distância tenha surgido no final da década de 20  do século XIX, no Brasil,  o avanço é muito lento. 

Os primeiros registros de EAD no Brasil iniciaram oficialmente em 1923, como vemos a seguir:


1923/1925 - Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
1923 - Fundação Roquete Pinto - Radiodifusão
1939 - Marinha e Exército - cursos por correspondência
1941 - Instituto Universal Brasileiro - cursos por correspondência, formação profissional básica
1970 - Projeto Minerva - cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional
1974 - TVE do Ceará - cursos de quinta a oitava série, com material televisivo, impresso e        monitores
1976 - SENAC - Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de material instrucional (em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos)
1979 - Colégio Anglo-Americano (RJ) - atua em 28 países, com cursos de correspondência para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º graus
1979 - UnB - cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança o BrasilEAD
1991 - Fundação Roquete Pinto - programa Um salto para o Futuro, para a formação continuada de professores do ensino fundamental
1995 - Secretaria Municipal de Educação - MultiRio (RJ) - cursos de quinta a oitava série, através de programas televisivos e material impresso
1995 - Programa TV Escola - SEED/MEC
2000 - UNIREDE - Rede de Educação Superior a Distância - consórcio que reúne 68 instituições públicas do Brasil [Corrêa;2005: 21 e 22]

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